Insuficiência cardíaca: o que é, quais os sintomas as causas e os exames para diagnosticar
A insuficiência cardíaca se caracteriza por um conjunto de manifestações clínicas (sinais e sintomas) decorrentes da incapacidade do coração bombear adequadamente o sangue para o organismo. Muitas doenças cardíacas podem evoluir para insuficiência cardíaca, comprometendo a qualidade e a sobrevida das pessoas. A insuficiência cardíaca é a fase final de todas as cardiopatias.
As doenças cardíacas são um dos principais problemas de saúde que acometem a população mundial – em especial, os idosos. Afinal, as doenças do coração são uma das maiores causas de morte no mundo. Apesar disso, com o diagnóstico e tratamento adequado, é possível controlar a cardiopatia e ter muito mais qualidade de vida.
Para isso, a consulta com um médico e a realização de exames que identifiquem a existência, as causas e o estágio da insuficiência cardíaca são fundamentais
Neste artigo, vamos explicar as principais razões, sintomas e exames capazes de identificar a doença. Além disso, abordaremos as principais dicas de médicos especialistas para a prevenção desse problema de saúde.
Boa leitura!
O que provoca a insuficiência cardíaca?
A insuficiência cardíaca é definida como a incapacidade do coração de realizar o bombeamento do sangue pelo organismo de maneira adequada. A doença também é chamada de insuficiência cardíaca congestiva, visto que um dos principais sintomas é a congestão (acúmulo de líquidos) nos tecidos.
Essa síndrome clínica ocorre por diversas causas relacionadas a problemas no coração (causas cardíacas) ou a distúrbios em outras regiões do corpo que afetam esse órgão (causas não cardíacas).
Causas cardíacas
A doença arterial coronariana é uma das causas mais comuns da insuficiência cardíaca. Esse quadro clínico é caracterizado pelo bloqueio parcial ou completo do fluxo de sangue das artérias coronarianas para o coração, problema que ocorre principalmente após os 45 anos de idade.
Outra causa cardíaca é a inflamação do tecido muscular do coração (miocardite), ocasionada por infecções virais, bacterianas ou causas não infecciosas, como o uso de medicamentos, de substâncias tóxicas, entre outras.
Além disso, outras possíveis causas da insuficiência cardíaca são:
- Valvulopatias (distúrbios nas válvulas do coração);
- Defeitos dos septos atriais e ventriculares (anomalia congênita dos átrios e ventrículos);
- Distúrbios nos impulsos elétricos do coração;
- Doenças no pericárdio (membrana que envolve o coração).
Causas não cardíacas
A hipertensão arterial pode ser a causa não cardíaca mais comum da insuficiência cardíaca congestiva, pelo menos quando ela não é tratada de forma adequada. Com a pressão alta, o coração precisa fazer mais esforço para bombear o sangue, o que causa enrijecimento dos músculos do órgão.
Fatores como diabetes e obesidade também podem levar a uma sobrecarga do coração e causar insuficiência cardíaca. A idade é outro fator contribuinte, no entanto, problemas no órgão tendem a ocorrer na velhice apenas quando combinados com as causas descritas anteriormente.
Outras causas não cardíacas de cardiopatias se relacionam com problemas de saúde que podem levar a um estímulo excessivo do coração, como:
- Hipertensão pulmonar;
- Insuficiência renal;
- Anemia;
- Hipertireoidismo.
Quando suspeitar da insuficiência cardíaca?
A insuficiência cardíaca pode ocorrer de maneira súbita (decorrente de infarto no miocárdio, por exemplo) ou progredir de maneira lenta, sem apresentar sintomas perceptíveis no organismo.
O cansaço ou falta de ar durante a realização de atividades físicas é um dos sinais que podem indicar doenças cardíacas. Em geral, esse sintoma se inicia de maneira leve, mas pode avançar se a cardiopatia não for tratada, provocando respiração ofegante e outros problemas respiratórios mesmo em repouso.
Outro sintoma extremamente comum da insuficiência cardíaca é o acúmulo de líquidos em diferentes regiões do corpo, o que provoca inchaços. As áreas mais frequentes são pés, pernas, tornozelos, região lombar, pulmões, fígado e abdômen. Em alguns casos, o paciente pode ter náusea e perda de apetite, além de dificuldades respiratórias.
Em idosos, a insuficiência cardíaca também pode provocar confusão mental, desorientação e tontura. Dependendo da gravidade da doença, ela ainda pode levar à redução de funções mentais e à depressão.
A Heart Failure Matters, associação que fala sobre insuficiência cardíaca, aponta que, de acordo com a manifestação dos sintomas, a insuficiência cardíaca pode ter 4 classificações:
- Classe I (ausência de sintomas);
- Classe II (sintomas ligeiros) – cansaço ou falta de ar em atividades físicas moderadas;
- Classe III (sintomas moderados) – cansaço ou falta de ar em atividades leves;
- Classe IV (sintomas graves) – desconforto em todo tipo de atividade física e alguns sintomas em repouso.
Quais exames são capazes de identificar a insuficiência cardíaca?
O diagnóstico inicial de insuficiência cardíaca é feito durante uma consulta médica, tendo por base as queixas (por exemplo, cansaço, falta de ar aos esforços, falta de ar ao deitar, etc) e o exame físico (presença de inchaço nas pernas, alterações na ausculta pulmonar e cardíaca, etc.).
No entanto, como a doença pode se manifestar de forma insidiosa (com sintomas quase imperceptíveis, mas que podem evoluir repentinamente) ou ter sinais que fazem com que pareça outras patologias, a realização de exames cardiológicos é fundamental para o diagnóstico preciso da condição clínica.
Isso se torna ainda mais importante devido aos diferentes tipos de insuficiência cardíaca, como as do lado esquerdo do coração ou do lado direito, que podem levar a tratamentos diferentes.
Dessa forma, muitos pacientes necessitam passar por diferentes tipos de exames para o reconhecimento da evolução da doença. Os principais são:
Eletrocardiograma
O eletrocardiograma (ECG) é um exame que registra graficamente a atividade elétrica do coração. Através desse procedimento, é possível avaliar o ritmo e a frequência cardíaca do paciente. Esse exame, dentro de um determinado contexto clínico, também permite identificar se a pessoa está tendo ou teve insuficiência coronariana (angina ou infarto agudo do miocárdio).
Trata-se de um exame não invasivo, no qual eletrodos acoplados ao corpo captam os sinais da atividade elétrica do coração. O processo dura poucos minutos e é indicado como exame de rotina para mulheres acima de 50 anos e homens acima de 40, mas pode ser solicitado por um cardiologista a qualquer momento para investigar ou acompanhar cardiopatias.
Ecocardiograma
Através de um aparelho de ultrassom, o ecocardiograma registra as imagens do coração em tempo real. Esse é um dos melhores exames para investigar cardiopatias, visto que as imagens podem acusar distúrbios nas válvulas cardíacas, no pericárdio, enrijecimento das paredes do órgão, entre outras condições relacionadas à insuficiência cardíaca. O procedimento também ajuda a reconhecer a disfunção sistólica ou diastólica da doença.
Como os demais exames de ultrassom, o procedimento é simples e indolor, realizado com o médico movendo o aparelho na região torácica do paciente.
Radiografia do tórax
O raio-x do tórax não possui o mesmo poder de identificação de cardiopatias que os exames anteriores, no entanto, é um exame útil e extremamente simples que ajuda a detectar o aumento e alterações no formato do coração, o acúmulo de líquidos nos pulmões e a congestão dos vasos sanguíneos.
Exames de sangue
É muito comum a realização de exames de sangue durante a investigação das causas e da gravidade da insuficiência cardíaca.
Diferentes tipos de exame de sangue ajudam a identificar e acompanhar doenças associadas à insuficiência cardíaca, tais como:
- Diabetes,
- Insuficiência renal,
- Alterações da tireoide;
- Anemia;
- Infecções.
Além desses, a dosagem de peptídios natriuréticos no sangue tem sido utilizada para avaliar o grau de insuficiência cardíaca, sendo útil no diagnóstico e no prognóstico.
O que pode piorar a insuficiência cardíaca?
Embora existam predisposições genéticas para a insuficiência cardíaca, os hábitos do indivíduo são extremamente importantes para a prevenção e controle da doença. Dessa forma, manter a saúde do coração em dia é a melhor forma de fazer com que essa condição não piore.
Os especialistas apontam que os melhores hábitos para a prevenção de cardiopatias são: alimentação equilibrada (baseada em alimentos naturais e com pouco sal), a prática de exercícios físicos regulares, boas noites de sono e redução do stress. Além disso, também é fundamental o controle e tratamento adequado da obesidade, hipertensão arterial e demais causas não cardíacas. Não fumar e evitar bebidas alcoólicas são medidas essenciais para a saúde do coração e do organismo como um todo.
Como tratar insuficiência cardíaca?
O tratamento da insuficiência cardíaca depende das causas, do tipo da cardiopatia e do grau de classificação da doença. A mudança de estilo de vida frequentemente está presente nos tratamentos, que costumam ser acompanhados de medicamentos para aliviar os sintomas ou para melhorar a qualidade de vida.
Em alguns casos, podem ser necessárias intervenções cirúrgicas, o implante de aparelhos que auxiliam as funções cardíacas (como o marca-passo), entre outros procedimentos.
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Dra. Marília Dalva Turchi
Infectologia
CRM-GO: 4131 | RQE: 980